A Comissão Executiva do Monumento ao Forcado, tem assistido
com quase total indiferença á insidiosa campanha que cerca de uma dúzia de
blogues que se dizem anti taurinos, levam a efeito contra a Tauromaquia.
Agressiva, ofensiva, ordinária, com a utilização de palavrões, tendenciosa e
pouco esclarecedora, deixava-nos tranquilos. Este comportamento tirava toda a
credibilidade aos contestatários. Quem quereria apoiar tal tipo de gente? Mas
eles são persistentes, inventivos, oportunistas e manobradores.
Usando como bandeira um argumento forte – o sofrimento
infligido ao touro durante a lide –acusam de sádicos e torturadores os que
gostam de touradas, acompanhando os seus protestos com fotografias de toiros
sangrando, com bandarilhas ou ferros espetados, com língua de fora e ar
cansado. Toda uma forma cuidadosamente estudada de manipular a opinião pública.
Para facilitar esse objetivo os blogues anti taurinos,
estabeleceram um intercâmbio. O que é apresentado num dos seus blogues, é
depois reproduzido nos outros blogues semelhantes existentes. Têm assim mais
possibilidade de ser visto e lido o que escrevem. Trocam impressões públicas
entre si, de forma a que sejam vistas por todos. Além disso, nas várias
páginas do Google, surgem chamadas de atenção ás suas mensagens.
Todas estas manobras com a finalidade dar aos
mais incautos, a quem estiver de boa fé, uma ideia de dinamismo e
dimensão o que, na realidade, estão longe de possuir. Juntem ainda, as
exposições a entidades, as quais normalmente não respondem, as palavras de
apoio a todas as ridículas manifestações anti taurinas que se dão e de júbilo,
quando é cancelada alguma tourada. O que já aconteceu por duas ou três vezes.
Ora não havendo touradas não há forcados. Verdade de La Palice. Sendo assim
a Comissão Executiva do Monumento ao Forcado, por suspeitar que o ataque dos
anti taurinos, tiveram influência nesses cancelamentos e para obstar a outros,
resolveu fazer uma exposição a todas as entidades a quem os diligentes anti
taurinos se dirigiram ou podem, eventualmente dirigir-se,
fazendo-lhes ver como, do nosso ponto de vista, se estão a deixar
manobrar.
Para conhecimento de todos os aficionados, aqui está a
exposição referida.
De:
COMISSÃO EXECUTIVA DO
MONUMENTO AO
FORCADO
Rua Capitão Humberto
de Ataíde, nº 1 – 3º Frente
1170-071 LISBOA
Tel. 218150940 - Tm 966627159
Exmos. Senhores
Esta Associação tem vindo a assistir, com tolerante
paciência, democraticamente, aos insidiosos ataques que vários blogues têm
feito à Tauromaquia. Sabermos que o espectáculo de toiros está bem
enraizado em Portugal, não sendo considerações avulsas, de quem não tem
categoria e autoridade para as fazer, que vai impedir a sua continuidade,
igualmente ajudou á nossa passividade.
No entanto contundentes e contínuas
iniciativas, difamando, provocando, de forma pejorativa e baixa os taurinos
podem levar, quem não conhece bem o que uma tourada representa, a tomar
decisões precipitadas. Para mais servindo-se eles, ardilosamente, de um
argumento sensibilizante – o sofrimento do toiro
Aliá os taurinos, porque não é o sofrimento
do toiro que os atrai, como maldosamente os anti taurinos dizem,
criaram formas de o minimizar. Limitou-se o número de bandarilhas e ferros a
cravar e o tamanho dos arpões que se espetam no
toiro. Cuidados idealizados espontaneamente pelos taurinos.
Ninguém os obrigou. Se fosse realmente o sofrimento do toiro que os
empolga, seria paradoxal esta atitude de compaixão.
Sendo assim o que leva os taurinos, preocupando-se com o
sofrimento do toiro, a não acabar com as touradas? Aí, embora explicável,
está o seu ponto fraco. O desembaraço do bandarilheiro ao colocar o toiro ou um
par de bandarilhas. A beleza de um ferro que o cavaleiro crava de poder a
poder. O arrojo do Forcado que se destaca do grupo para fazer a pega. O capote
e a muleta manejados por quem os sabe manejar com elegância, empolgam-no,
absorvem-no. Lamentam o sofrimento do toiro, mas aceitam-no
como inevitável.
Quando um toiro é indultado, é grande a satisfação. É
aplaudido pelo toureiro e toda a assistência. Onde estão então os sádicos, os
torturadores de que os blogues anti taurinos falam?
Excelentíssimo Senhor, toda esta dissertação, para evitar
que seja sugestionado na decisão que tiver que tomar sobre o fim das touradas
no seu concelho, pela inflamada verborreia dos anti taurinos. Cujo verdadeiro
objetivo é darem nas vistas, terem protagonismo. A terem verdadeira comiseração
por um ser vivo, teriam iniciativas a favor de homens e mulheres que todos os
dias passam fome e não têm onde dormir. Há associações que se preocupam com
isso, sim mas, infelizmente, não chegam para tantos carenciados que existem. Se
em vez de perderem tempo em arruaças, manifestações e mensagens informáticas,
bramando contra as touradas, fossem ajudar as extraordinárias pessoas que, por
solidariedade, verdadeira bondade, praticam esse voluntariado, não lhes ficaria
melhor? Para eles, os toiros têm prioridade sobre os humanos?
Por último. Curiosamente, contrariando os anti taurinos,
entre os voluntários que vão levar comida e algum conforto moral a esses nossos
semelhantes, está gente que gosta de touradas. Imagine-se!
Aliás, no Norte, igualmente se encontra grande aficion. Por
conhecimento pessoal, sei como éramos recebidos em Viana do Castelo, Póvoa de
Varzim e Guimarães. Como o povo apreciava o espectáculo tauromáquico, vibrava
com os Forcados. Certamente porque sendo o sentimento de nacionalidade
extraordinariamente arreigado no Norte, sentirem particular simpatia por quem com
a sua valentia e ineditismo, valoriza Portugal. Em França, tive ocasião de
verificar e sensibilizar-me com o orgulho e vaidade como eles nos recebiam e
nos apresentavam aos franceses.
Tendo sido Vossa Excelência, eleito por este mesmo Povo de
que falo, será uma deceção abolir as touradas. Certamente uma decisão
inesperada para quem votou em Vossa Excelência.
Peço desculpa a Vossa Excelência por me ter alongado tanto,
mas o receio de que possa, de algum modo, ser sensível ao canto de sereia dos
que dizem preocupar-se com o sofrimento dos toiros, a isso me conduz.
Com toda a consideração, respeito e esperançados em
que analise favoravelmente o que acabamos de expor,
Pela Comissão Executiva do Monumento ao Forcado
Lisboa, 2 de agosto de 2012
Carlos Patrício Álvares