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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Notícias da Comissão Executiva do Monumento ao Forcado



A Comissão Executiva do Monumento ao Forcado, tem assistido com quase total indiferença á insidiosa campanha que cerca de uma dúzia de blogues que se dizem anti taurinos, levam a efeito contra a Tauromaquia. Agressiva, ofensiva, ordinária, com a utilização de palavrões, tendenciosa e pouco esclarecedora, deixava-nos tranquilos. Este comportamento tirava toda a credibilidade aos contestatários. Quem quereria apoiar tal tipo de gente? Mas eles são persistentes, inventivos, oportunistas e manobradores.
Usando como bandeira um argumento forte – o sofrimento infligido ao touro durante a lide –acusam de sádicos e torturadores os que gostam de touradas, acompanhando os seus protestos com fotografias de toiros sangrando, com bandarilhas ou ferros espetados, com língua de fora e ar cansado. Toda uma forma cuidadosamente estudada de manipular a opinião pública.
Para facilitar esse objetivo os blogues anti taurinos, estabeleceram um intercâmbio. O que é apresentado num dos seus blogues, é depois reproduzido nos outros blogues semelhantes existentes. Têm assim mais possibilidade de ser visto e lido o que escrevem. Trocam impressões públicas entre si, de  forma a que sejam vistas por todos. Além disso, nas várias páginas do Google, surgem chamadas de atenção ás suas mensagens.
Todas estas manobras com a  finalidade  dar aos mais incautos, a quem  estiver de boa fé, uma ideia de dinamismo e dimensão o  que, na realidade, estão longe de possuir. Juntem ainda, as exposições a entidades, as quais normalmente não respondem, as palavras de apoio a todas as ridículas manifestações anti taurinas que se dão e de júbilo, quando é cancelada alguma tourada. O que já aconteceu por duas ou três vezes.
Ora não havendo touradas não há forcados. Verdade de La Palice. Sendo assim a Comissão Executiva do Monumento ao Forcado, por suspeitar que o ataque dos anti taurinos, tiveram influência nesses cancelamentos e para obstar a outros, resolveu fazer uma exposição a todas as entidades a quem os diligentes anti taurinos  se  dirigiram ou podem, eventualmente dirigir-se, fazendo-lhes ver como, do nosso ponto de vista, se estão a deixar  manobrar.
Para conhecimento de todos os aficionados, aqui está a exposição referida.

De:
COMISSÃO EXECUTIVA DO MONUMENTO AO FORCADO                                                                
Rua Capitão Humberto de Ataíde, nº 1 – 3º   Frente                              
1170-071 LISBOA  Tel. 218150940 - Tm 966627159

Exmos. Senhores
Esta Associação tem vindo a assistir, com tolerante paciência, democraticamente, aos insidiosos ataques que vários blogues têm feito à Tauromaquia.  Sabermos que o espectáculo de toiros está bem enraizado em Portugal, não sendo considerações avulsas, de quem não tem categoria e autoridade para as fazer, que vai impedir a sua continuidade, igualmente ajudou á nossa passividade.
No entanto  contundentes  e  contínuas iniciativas, difamando, provocando, de forma pejorativa e baixa os taurinos podem levar, quem não conhece bem o que uma tourada representa, a tomar decisões precipitadas. Para mais servindo-se eles, ardilosamente, de um argumento sensibilizante – o sofrimento do toiro
Aliá  os  taurinos, porque  não é o sofrimento do toiro que  os atrai, como maldosamente  os anti taurinos dizem, criaram formas de o minimizar. Limitou-se o número de bandarilhas e ferros a cravar e o tamanho dos arpões  que  se  espetam  no  toiro. Cuidados  idealizados  espontaneamente pelos  taurinos.  Ninguém os obrigou. Se fosse realmente o sofrimento do toiro que os empolga, seria paradoxal esta atitude de compaixão.
Sendo assim o que leva os taurinos, preocupando-se com o sofrimento do toiro, a  não acabar com as touradas?  Aí, embora explicável, está o seu ponto fraco. O desembaraço do bandarilheiro ao colocar o toiro ou um par de bandarilhas. A beleza de um ferro que o cavaleiro crava de poder a poder. O arrojo do Forcado que se destaca do grupo para fazer a pega. O capote e a muleta manejados por quem os sabe manejar com elegância, empolgam-no, absorvem-no. Lamentam  o sofrimento  do toiro, mas aceitam-no  como inevitável.
Quando um toiro é indultado, é grande a satisfação. É aplaudido pelo toureiro e toda a assistência. Onde estão então os sádicos, os torturadores de que os blogues anti taurinos falam?
Excelentíssimo Senhor, toda esta dissertação, para evitar que seja sugestionado na decisão que tiver que tomar sobre o fim das touradas no seu concelho, pela inflamada verborreia dos anti taurinos. Cujo verdadeiro objetivo é darem nas vistas, terem protagonismo. A terem verdadeira comiseração por um ser vivo, teriam iniciativas a favor de homens e mulheres que todos os dias passam fome e não têm onde dormir. Há associações que se preocupam com isso, sim mas, infelizmente, não chegam para tantos carenciados que existem. Se em vez de perderem tempo em arruaças, manifestações e mensagens informáticas, bramando contra as touradas, fossem ajudar as extraordinárias pessoas que, por solidariedade, verdadeira bondade, praticam esse voluntariado, não lhes ficaria melhor?  Para eles, os toiros têm prioridade sobre os humanos?
Por último. Curiosamente, contrariando os anti taurinos, entre os voluntários que vão levar comida e algum conforto moral a esses nossos semelhantes, está gente que gosta de touradas. Imagine-se!
Aliás, no Norte, igualmente se encontra grande aficion. Por conhecimento pessoal, sei como éramos recebidos em Viana do Castelo, Póvoa de Varzim e Guimarães. Como o povo apreciava o espectáculo tauromáquico, vibrava com os Forcados. Certamente porque sendo o sentimento de nacionalidade extraordinariamente arreigado no Norte, sentirem particular simpatia por quem com a sua valentia e ineditismo, valoriza Portugal. Em França, tive ocasião de verificar e sensibilizar-me com o orgulho e vaidade como eles nos recebiam e nos apresentavam aos franceses.
Tendo sido Vossa Excelência, eleito por este mesmo Povo de que falo, será uma deceção abolir as touradas. Certamente uma decisão inesperada para quem votou em Vossa Excelência.
Peço desculpa a Vossa Excelência por me ter alongado tanto, mas o receio de que possa, de algum modo, ser sensível ao canto de sereia dos que dizem preocupar-se com o sofrimento dos toiros, a isso me conduz.
Com toda a consideração, respeito e esperançados em  que analise favoravelmente o que acabamos de expor,

Pela Comissão Executiva do Monumento ao Forcado

Lisboa, 2 de agosto de 2012

Carlos Patrício Álvares