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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Mentidero- Twists e corridinhos, por Duarte Palha



Duarte Palha (Texto)
Desenho: Joaquim Pedro Quintella


Por época do defeso, “hibernando” a “festa” mas nunca hibernando o nosso bicho da afición, damos por nós à procura de algo que nos entretenha. E qualquer coisa nos serve. À falta de cigarros, qualquer beata mata o vício. A mim, as beatas que mais me entretêm, são as mexidas de quadrilhas, apoderados e empresários.


Os empresários "saltam", as quadrilhas "bailam”, os apoderados "dançam" e o mundo dos toiros não passa de um gigante “baile das velhas" por estes dias. Cada um faz por arranjar par e cada um faz por não dançar com a mais feia.

Há feias que já nem voltam à pista. Arranjaram par no ano passado, mas houve desavenças no casamento e este ano não saem da cadeira onde estão, sentadas, sisudas, de refresco de laranja na mão. 

Muitas vezes há velhas solteiras que se juntam aos pares e prometem arrasar a pista, que agora vai ser tudo diferente e a dança nunca mais vai ser a mesma. São danças tão grandiosas que até lhes chamam "projectos". Projectam-se as velhas para a pista, pára a sala para as ver, mas geralmente a artrite ataca e ao fim de três danças acaba-se a revolução da dança. Sentam-se as velhas cansadas e o baile segue, igual a sempre.

As solteironas mais atrevidas ainda se lançam à aventura em danças sem par, à espera que alguém lhes pegue. E os comentadores de serviço, ao verem um olhar mais guloso, por parte de algum outro solteirão ou casado adúltero, logo se apressam a contar à sala de baile: “olhem que aquilo vai dar arranjinho”.

Surgem os desmentidos.

- Que não, que "nunca disse que ia bailar com ela". Que “são só boatos”. E que não, que "estou muito contente com o meu par e bailamos bem os dois, Obrigado."

E às vezes até bailam. E o casamento é duradouro e forte Outras vezes não. Acabam mesmo por dançar com a feia atrevida e desmente-se o desmentido.

Os divórcios nestes casamentos são sempre amigáveis. Nunca há zangas e todos acabam amigos, "que somos todos crescidinhos”. Apenas tinham caído na rotina e ambos viram que o melhor era cada um seguir o seu caminho. Mas desta é que é. Desta vez, bailando com a feia atrevida, é que o amor da vida está encontrado. Que foram falando e viram que faziam sentido juntos. E tudo se faz sem papéis. Em união de facto. E em comunhão de bens, que se não vierem bens "à baila” não há amor que resista…

Por alturas de Abril, acaba-se o baile, acabam-se os "arranjinhos" e já todos temos com que nos entreter. Os toiros que interessam mesmo. E os bailadores já têm cada um o seu par, o seu amor eterno. E todos vivem felizes para sempre. Até ao seguinte baie das velhas…