Depois de uma
noite com muita chuva, vento e um tempo pouco propício aos toiros o dia
nasceu cinzento mas nem assim os açoreanos quiseram deixar de marcar
presença na 2ª Corrida das Festas da Graciosa 2012.
Cartel composto por João Moura, Tiago Pamplona e
João Pamplona perante um curro de toiros de Rego Botelho, pegavam os
Forcados Açoreanos da Tertúlia Tauromáquica Terceirense e do Ramo
Grande.
João Moura mostrou ontem toda a sua maestria na Graciosa,
teve pela frente o pior lote de toda a corrida e não fosse toda a sua
raça e experiência a tarde poderia ter sido complicada.
No seu primeiro
toiro, que não deu um passo e não investiu uma única vez nas montadas,
soube tirar-lhe uma lide que este não tinha e por isso no final o
público obrigou o cavaleiro a dar a volta satisfeito com o que viu
perante tais condicionalismos.
No segundo que lhe coube em sorte, "um comboio" com patas,
arriscaria peso próximo dos 600 Kg a coisa foi pouco diferente, o toiro a
mansear tal como os irmãos de camada, (exepto o quinto da tarde) mas
com os créditos que lhe são reconhecidos Moura lá deu a volta ao
"Comboio" de tal forma que o público no final entusiasmado com a lide
pediu mais dois ferros a que o Maestro respondeu com dois ferros de
palmo. Meritória ovação e aplausos pela parte do público perante o
desempenho de João Moura
Tiago Pamplona voltou a mostrar-se em bom plano,
muito correcto nas duas lides teve um lote mais colaborador e
aproveitou, o seu segundo toiro acabaria mesmo por ser o melhor toiro da
corrida e único que investia repetidamente e que permitiu ao cavaleiro
delinear uma brega templada que chegou muito ao público.
Mostrou-se maduro dentro de praça e com uma quadra bem preparada fruto com certeza de muito trabalho de casa.
João
Pamplona teve em sorte dois toiros diferentes, o primeiro foi um manso
perdido, com arreões extremamente perigosos sempre à procura de colher
cavalo e cavaleiro para logo se refugiar em tábuas e preparar novo
"ataque" ainda assim o mais jovem Pamplona teve enorme e saiu por cima
do seu oponente.
No segundo do seu lote, um toiro que se deixava mais, o cavaleiro
aproveitou da melhor forma, deixou bons ferros, com temple na preparação
dos mesmos e com cravagens correctas que agradaram ao público presente,
no final deu volta visivelmente satisfeito com a sua prestação.
No que respeita à forcadagem, ENORMES!
Os
dois grupos de forcados açoreanos tiveram uma tarde duríssima pela
frente com os toiros de Rego Botelho a mostrarem o seu "mau feitio" de
princípio a fim, 6 toiros, 16 tentativas, com muito valor a não virarem
costas à luta e a ganharem esta batalha perante as dificuldades que iam
aparecendo de toiro em toiro.
Os Rego Botelho tiveram comportamentos
diferenciados, mas no geral foram pouco colaboradores, a mansearem (à
exepção do 5º) a arrear forte e feio em tudo o que ia aparecendo pela
frente, sobretudo se não fosse cavalo e com pesos pouco adequados para a
praça em questão, o 4ª da tarde (a olho) pesava muito próximo dos 600
Kg.
Assim pela Tertúlia Tauromáquica Terceirense pegaram:
Álvaro Dentinho - 2ª Tentativa
Décio Dias - 3ª Tentativa
Jorge Santos - 2ª Tentativa
Pelos Amadores do Ramo Grande:
César Pires à 2ª Tentativa a dobrar Miguel Pires
Manuel Pires à 3ª Tentativa
Alex Rocha à primeira Tentativa a dobrar Michael Machado que por sua vez foi dobrar Vitor Oliveira.
No final as marcas da "batalha" no físico da rapaziada, mas um excelente espírito guerreiro que ficou demonstrado
numa tarde muito dura.
Fotos: António Santos
Texto:Redacção