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domingo, 27 de julho de 2014

O adeus de Pedro Pinto a António Morgado

A ti António!
António, custa-me ter de te escrever, desta maneira, sem ter palavras e muito menos vontade. Conheci-te há mais de 20 anos, era eu um miúdo e tu um jovem aficionado, relações públicas e moço de espadas do teu amigo de sempre, Rui Bento! Ficava contente quando recebia uma carta tua (na altura não havia e-mails e muito
menos enveredaste por isso) a reportar os êxitos do Rui e sempre acompanhado com uma foto dele em ombros ou com as orelhas na mão; recebia e divulgava no Jornal Fundamental e na Rádio Ribatejo; com 16 anos de idade, fazias-me sentir importante!
Na noite de sexta-feira, quando perguntei por ti ao Maestro Bastinhas (como carinhosamente o tratavas), senti-o tenso, respondeu-me sem o seu sorriso habitual e com ar preocupado, “não sabemos, saiu de casa para vir para a Póvoa, mas não apareceu”; tal como ele, temi o pior, mas guardei para mim, como tu sempre fazias quando estavas preocupado. Não me passava pela cabeça e muito menos não queria acreditar que o pior podia ter acontecido, mas tinha de ter acontecido alguma coisa, pois não eras homem de faltar aos teus compromissos!
Da corrida das Entradas por volta da 1h30 da manhã surgiu uma notícia mais preocupante ainda… o teu jipe tinha sido encontrado e o coldre da pistola vazio… Voltei a não querer ver o que estava na cara. Só de madrugada, quando soou o telefone e um amigo comum me ligou a chorar, senti que estava consumada a tragédia.
António, ainda agora não acredito que puseste termo à vida, ninguém diria que farias isso e só uma razão muito forte que respeito, mas não entendo, poderia ter levado a tal fim. Eras dos bons, tivemos as nossas “guerras”, mas com respeito um pelo outro, pois as opiniões são sempre respeitáveis, mesmo que sejam diferentes. Tanta vez adiámos o nosso almoço, que agora já não será neste mundo, mas sim no local sagrado onde decerto te encontrarás. Um dia António, um dia!
Hoje recordei tanta coisa, tanta história, tantos momentos; recordei aquela tarde na tua casa em Vilar Formoso, onde estive com os meus pais, contigo, com a tua esposa, com o Joaquim Mesquita, com o João Pedro Pires… recordei as minhas idas com o Lourenço Mourato (irás encontrá-lo por aí certamente) a Nave de Haver e sempre o bem que nos recebias!
Recordei todos os bons momentos, as conversas aficionadas, o carinho que tinhas pelo Rui Bento e mais recentemente pela casa Bastinhas, a ilusão que tinhas pela carreira do Marcos e o respeito pelo Maestro Bastinhas. A festa de toiros está muito mais pobre, perdeu um taurino e um grande aficionado.
Podia estar a noite toda a escrever, só coisas boas, porque as menos boas já foram esquecidas; mas não tenho palavras, não tenho ganas e muito menos vontade.
Respeito-te António, supostamente assim quiseste, mas vou ter saudades que me atendas o telemóvel e digas “Ó Pedro tás bom?”
Até um dia amigo!

Pedro Pinto